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Fratura Peniana: Saiba Mais!

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A fratura peniana é um evento relativamente raro, ocorrendo principalmente durante a relação sexual (70-80% dos casos). Entretanto, também podem ocorrer fraturas penianas com a masturbação (10-15%), queda e/ou durante o sono na fase REM (fase do sono mais profunda quando geralmente sonhamos), pelo rolar na cama em ereção (10-15%). Durante a penetração, quando entre os movimentos do casal o pênis sai da vagina e ocorre pressão do pênis sobre uma estrutura firme perineal, causando curvatura aguda do pênis pode ocorrer ruptura da albugínea (membrana que cobre os corpos cavernosos, que aprisiona o sangue durante a ereção e que propicia a ereção). Muitos pacientes contam que ouvem um estalo (80% dos casos), seguido de dor e perda rápida da ereção, com descoloração e inchaço no local onde ocorreu a ruptura da albugínea.

Causas

Em ereção, qualquer força excessiva que cause curvatura do pênis pode gerar sua ruptura, geralmente ocorrendo do lado oposto a direção que o pênis foi deslocado.

Para falar mais sobre isso, é importante explicar alguns conceitos de anatomia: o pênis é o órgão erétil e copulador masculino. Ele é uma formação cilíndrica que se prende à região mais anterior do períneo, e cuja extremidade livre é arredondada (haste pendular do pênis). O pênis tem a capacidade de se encher e esvaziar de sangue em três cilindros, dos quais dois são pares e paralelos, por cima (se o pênis em ereção estiver em posição horizontal) e o terceiro é mediano, e situa-se por baixo dos dois precedentes. Os dois cilindros superiores são os corpos cavernosos e o inferior, o corpo esponjoso.

Os corpos cavernosos e o corpo esponjoso são envoltos, cada um deles, por uma membrana conjuntiva denominada de túnica albugínea do corpo cavernoso e esponjoso. O seu interior tem um aspecto esponjoso que é formado por trabéculas que se entrecruzam aleatoriamente. Entre essas trabéculas, permanecem espaços que podem armazenar o sangue, tornando o pênis um órgão erétil. Acima destas estruturas, existem ainda duas fáscias fibrosas, uma mais profunda (de Buck) e outra mais superficial (de Colles). Estas fáscias tem a função protetora dos corpos cavernosos e esponjosos.

Quando o pênis está em ereção, a albugínea se torna mais fina (adelgaça), podendo sua espessura reduzir em até 75%, e ficando mais susceptível ao rompimento. Quando ocorre uma lesão da albugínea protetora dos corpos cavernosos e/ou esponjosos (que é muito resistente), o sangue infiltra entre ou através delas, causando um hematoma peniano nas imediações da lesão.

Fatores de Risco

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Para ocorrer a fratura peniana, o pênis deve estar ereto. Qualquer curvatura súbita e vigorosa no pênis pode causar a sua fratura. A principal posição que causa sua fratura é quando a mulher está sobre o homem e o pênis escorrega da vagina,  suportando-se em porção fixa do períneo causando sua curvatura. O homem nestas circunstâncias não tem como interromper a penetração pela dor causada pela curvatura, causando a fratura peniana. A ruptura da albugínea é sinalizada pela súbita dor peniana.

A média de idade dos pacientes acometidos em vários estudos varia dos 27 aos 35 anos, sendo que é mais frequente em homens que têm maior frequência de relações sexuais e são mais vigorosos durante a penetração ou masturbação. Raros casos são vistos após os 50 anos de idade.

Sintomas de Fratura Peniana

O principal sintoma é a ocorrência de dor súbita durante o intercurso sexual, causando imediata perda da ereção. O hematoma pode ser visto e palpado, e com o passar do tempo ocorre infiltração de sangue no pênis. Quando a fáscia de Buck for lesionada, pode ocorrer infiltração para a base do pênis e escroto.

Diagnóstico de Fratura Peniana

O diagnóstico, na sua maioria, é feito pela história clínica e o exame físico. O hematoma confinado a fáscia de Buck causa inchaço ao longo do eixo da haste peniana. A ruptura através fáscia de Buck permite a infiltração do sangue para o escroto, períneo e região suprapúbica. O meato uretral se desvia para o oposto da lesão peniana na albugínea. O diagnóstico pode ser feito também pela história clínica, quando o paciente relata um estalo audível, perda rápida da ereção e aparecimento de hematoma.

A investigação pode ser feita com ultrassonografia com Doppler da haste peniana para localização do local da ruptura da albugínea peniana. Pode-se avaliar a extensão da lesão pela ressonância nuclear magnética. Na suspeita de lesão uretral, pela hematúria ou sangramento vivo uretral, deve-se realizar uretrocistografia retrograda (exame com contraste para identificar o local e extensão da lesão uretral) e nas mãos do especialista até com cistoscópio flexível, realizada com muito cuidado e com infusão sem pressão do soro fisiológico durante o procedimento.

Nunca se deve passar sonda uretral quando há sangramento uretral, por risco de tornar uma lesão uretral parcial em total. Lesões uretrais mais intensas podem causar retenção urinária. Toda lesão uretral importante deve ser reparada com sutura para o perfeito alinhamento da uretra e assim evitando seu estreitamento, que invariavelmente vai diminuir o fluxo urinário.

Tratamento de Fratura Peniana

Uma vez diagnosticado, na maioria dos casos, o paciente é levado para exploração cirúrgica da lesão e reparo da ruptura da albugínea. A reparação cirúrgica produz o melhor resultado cosmético, impedindo que ocorra uma tortuosidade definitiva na haste peniana. Em média, os pacientes chegam no hospital em cinco horas depois do trauma e a cirurgia deve ser realizada dentro das oito primeiras horas depois do trauma, fazendo desta entidade uma emergência médica para se obter o melhor resultado. Cerca de 20% dos pacientes tratados pela cirurgia imediata podem apresentar leve curvatura peniana, já nos casos tratados conservadoramente esse número é em torno de 50%.

Geralmente, no local da lesão é possível se palpar a área de fibrose. Diz-se que uma cicatriz está madura em torno dos três meses e fica mais resistente em um ano, mas há uma reparação imperceptível e constante ao longo da vida. É aconselhável não ter relações sexuais no primeiro e segundo meses do acontecimento, entretanto é impossível interromper a ereção noturna que os homens têm naturalmente durante a fase REM do sono. Nesta fase, o sono pode ser interrompido pela dor peniana causada pela ereção.

Convivendo/Prognóstico

Quando a cirurgia não é indicada ou postergada, corre-se o risco que aconteça uma cicatriz mais intensa e desordenada para reparar o trauma, causando uma tortuosidade definitiva mais grave. Quando importante, o paciente obrigatoriamente deve ser submetido a cirurgia reparadora e que habitualmente é mais complexa, podendo ser necessários enxertos para retificação da haste peniana. A curvatura peniana causada pela reparação pode ser vista em menos de 10% dos casos, e sempre é menor nos pacientes submetidos a cirurgia precocemente.

Pode ocorrer abscesso peniano por contaminação bacteriana. As lesões associadas a trauma uretral devem ser reparadas ao mesmo tempo da fratura peniana, para evitar que uma cicatrização não controlada invariavelmente evolua para um estreitamento definitivo da uretra, piorando o jato miccional e consequente, causando danos à bexiga e até ao trato urinário superior. Alguns pacientes poderão apresentar dor durante as ereções noturnas depois do procedimento, mas normalmente desaparecem após três meses da cirurgia.

Quem já teve uma fratura peniana não necessariamente terá o problema novamente, mas se um novo episódio ocorre, pode gerar uma nova ruptura peniana. Além disso, nos meses próximos da cirurgia há maior risco de que ela torne a acontecer, pois o local ainda está desenvolvendo o amadurecimento da cicatriz. A ocorrência de fratura geralmente causa um dano psicológico pelo medo natural de que ocorra um novo episódio, mas com o passar do tempo este medo desaparece.

Complicações Possíveis

A maioria das fraturas ocorrem no terço proximal do pênis e em um dos corpos cavernosos (mais de 90%). Quando ocorre ruptura também da uretra ou lesão na glande, pode ocorrer sangramento uretral e o paciente sente aumento súbito do calor no pênis (ocorre em 20% dos casos). Traumas raros e mais intensos, com ruptura anterior da albugínea, podem causar lesão nos nervos penianos dorsais, podendo causar disfunção erétil ou perda da sensibilidade parcial ou total, conforme a extensão da lesão dos nervos atingidos.

Prevenção

Há algumas posições durante o coito que são mais propensas para sua ocorrência, como quando a mulher está sobre o homem durante o intercurso sexual, podendo o pênis sair da vagina durante o ato. Com isso, o peso do corpo da mulher pode comprimir o pênis causando sua curvatura e consequente fratura. Durante a masturbação também pode ocorrer, quando se comprime o pênis em uma estrutura firme que cause sua curvatura, podendo possibilitar a ruptura da albugínea, assim como forçar curvaturas no pênis ereto. Estes casos são mais frequentes em situações onde o sexo é realizado em ambiente estressante.

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